Naquela noite de 24 dezembro, alguns pastores da região de Belém dirigiam-se para casa, depois de um dia passado a apascentar o gado, quando o anjo da anunciação lhes apareceu. Os pastores quando viram o anjos assustaram-se.
O anjo, porém, disse-lhes:
— Não se assustem, pois eu trago-vos Boas Novas, que são de grande alegria. Hoje na cidade de David nasceu o Messias. Para que o reconheçam procurem por uma criança envolta em panos e deitada numa manjedoura.
O Anjo queria dizer que o menino Jesus encontrava-se num estábulo e os pastores, compreendendo as suas palavras, partiram à procura de um estábulo, por toda a povoação de Belém onde estivesse uma criança recém-nascida.
Encontrado o sítio os pastores reconheceram estarem perante o Messias e Rei do povo judeu, pelo que se ajoelham em devoção. Depois ficaram muito admirados com a pobreza do local e as simples vestes do menino, insuficientes para o proteger do frio. Perante isto trataram logo de arranjar maneira de resolver a situação, ido procurar galhos e acendendo uma fogueira à frente do humilde estábulo para iluminar o local e aquecer o menino Jesus.
De seguida foram espalhar a notícia do nascimento de Cristo pelas povoações vizinhas, estabelecendo postos de vigília e de sinalização com fogueiras para indicar o caminho e para aquecer todos os peregrinos que quisessem ir visitar o menino Jesus. Assim nasceram as fogueiras de Natal.
Quer saber mais sobre “Os Madeiros?”
A sua origem é pagã, ligada às celebrações celtiberas do Solstício de Inverno, em que se acendiam enormes fogueiras ao ar livre durante o mês de Dezembro. Este foi um dos costumes pagãos que a igreja católica adotou, passando a ideia de que são fogueiras para “aquecer o menino Jesus” e unir as pessoas para as celebrações natalícias.
A tradição do Madeiro começa logo com a recolha da lenha. Esta é feita pelos homens que a devem ir cortar às serras e bosques, durante a noite, algures durante o início de Dezembro. No dia seguinte, usa-se um carro de bois a que a tradição manda que seja roubado (embora, claro, se faz com o conhecimento do dono), para ir recolher a lenha cortada à serra. Antes do carro dos bois ser carregado com a lenha é decorado com flores e rama da época pelas mulheres. Depois de carregada a madeira é a população conjunta que puxa o carro até ao centro da aldeia.
No dia 24, ao final da tarde, a população volta a juntar-se para acender “O Madeiro” e na noite de Natal, depois da Missa do Galo, os habitantes da aldeia reúnem-se à volta da fogueira para cantar cânticos de natal e festejar.
Em muitas aldeias, estas fogueiras são mantidas acesas ininterruptamente até ao Dia de Reis.
