Conta-se que um jovem pastor passou todo o dia a apascentar as suas ovelhas na véspera de Natal e aconteceu uma delas perder-se. Como o jovem pastor não quis voltar para casa sem a ovelha perdida passou muito tempo à sua procura.
Quando finalmente a encontrou já era muito tarde, tanto que acabou por se atrasar e perdeu o tocar dos sinos da igreja a chamar para a Missa do Galo.
Sem os sinos a indicar o caminho o jovem pastor acabou por se perder ficando à mercê dos lobos, do frio do inverno e dos restantes perigos da noite.
Já sem esperanças de encontrar o caminho, eis que o pastor vê ao longe uma procissão de luzes a iluminar a noite. Era a aldeia inteira que interrompera a missa, pegara nas velas da igreja e saíra pela noite para o procurar.
Encontrado o jovem pastor, são e salvo, a aldeia retomou a sua marcha para a igreja onde foi retomada a missa.
E a partir desse dia passou-se a levar uma vela acesa a caminho da Missa do Galo para que ninguém se perdesse na noite de Natal.
Quer saber mais sobre a Missa do Galo?
É denominada “do Galo” porque, de acordo com a lenda, teria sido na noite de Natal a única altura em que os galos cantaram à meia-noite. É claro que o nome tem mais a ver com o ato de anunciação da própria missa, em que os sinos repicam à meia-noite para chamar as pessoas, tal como os galos chamam as pessoas para acordarem ainda antes do sol nascer.
A Missa do Galo, tradicionalmente, é celebrada à meia-noite e em Portugal criou-se a tradição de se levar velas acesas a caminho da igreja. Este costume deu origem às procissões da meia-noite das velas do advento, para se ir assistir à Missa do Galo; tradição ainda respeitada em algumas vilas do interior português.