Lápis Mágico

A trégua de Natal

A trégua de Natal de Christine Pedotti

A trégua de Natal de Christine Pedotti (tradução e adaptação)

Na Finlândia, próximo da cidade de Turku, o duque João passa revista às tropas como habitualmente faz todos os dias. Olha com muita pena para estes homens cansados. Estão mobilizados para defender a cidade contra vizinhos invejosos que desejam apoderar-se dela.

“O Natal está a chegar e todos gostaríamos de passar a festa em família”, pensa ele com tristeza. “Se não estivéssemos em guerra… Se os combates pudessem cessar por uns momentos…”

O duque João puxa de repente pelas rédeas do seu cavalo e para. Acaba de ter uma ideia! Ei-lo que, sem demora, se lança a galope em direção à linha do inimigo.

Chegado junto do acampamento adversário, para a montada e ergue-se sobre os estribos…

— Amanhã, pela graça de Deus, vai ser o dia do nascimento de nosso Senhor e Redentor — anuncia ele com voz possante.

— Declaramos uma trégua de Natal e convidamos todos a celebrar esta festa com o devido recolhimento.

Um longo silêncio acolhe as palavras do senhor de Turku. Mas, em breve, clamores de alegria se elevam por todo o lado em ambas as partes.

— Há trégua! — gritam os soldados, abraçando-se entre si.

Em poucos minutos, o campo de batalha transforma-se. Os inimigos de ontem congratulam-se, apertam a mão, abraçam-se. Rapidamente, os homens juntam-se para formar uma só e única tropa que, alegre, larga a caminho da cidade.

Em Turku, as mulheres e as crianças, ao depararem com aquele estranho cortejo a aproximar-se, ficam cheias de medo. Escondem-se, a toda a pressa, em casa.

— Abram! Somos nós, viemos festejar o Natal! — gritam os homens do duque João pelas ruas fora. — E trazemos convidados!

Então, uma a uma, abrem-se as portas para acolher os combatentes.

Os homens reencontram as suas famílias e todos recebem os vizinhos com um sorriso. A alegria espalha-se por todas as ruas. Deliciosos aromas saem das casas.

Na Missa do Galo, os antigos inimigos cantam como irmãos o nascimento do Salvador.

A partir de então, todos os anos, o presidente da câmara de Turku proclama a trégua de Natal.

Durante dois dias, todos esquecem as ofensas para prepararem, em paz, o nascimento de Jesus.

(Tradução e adaptação)

Christine Pedotti, 4 histoires de Noël pour attendre Jésus, Paris, Mame, 2007

A trégua de Natal


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