Estava um dia de primavera perfeito na floresta. Os pássaros chilreavam, as abelhas zumbiam, voando em ziguezagues e os coelhos dormitavam na sua toca depois tanto terem saltado pulado atrás das borboletas. A paz reinava na floresta até se começar a ouvir uns TUNS TUNS.
Como é natural, a bicharada ficou assustada.
– Perigo. Perigo! – gritaram imediatamente as tartarugas, que são das mais assustadiças.
– Criii, Criii, ai que medo! – diziam já meios perdidos os grilos.
– Calma, calma, pessoal. O barulho parou. - Avisou a Lebre que era mais corajosa e ponderada.
Nesse momento, ouviu-se novamente: Tum Tum Tum.
Os animais estavam em alvoroço. Reuniram-se na clareira os coelhos, os patos bravos, as raposas, as tartarugas e as lebres, mais os pardais, os cucos, as pombas e outros que tais.
Piu-piu, piu-piu!
Crii, Crii!
Rrrrrr!
Qua, quaáa!
Quem chegasse, nesse momento, à floresta decerto pensaria tratar-se de uma sinfonia. Até era agradável de se ouvir, não fosse o medo estar presente em todos os animais.
– Ora bem, está na hora de irmos ver o que se passa. O som vem do lago por isso vou lá espreitar. Quem vem comigo? – Disse o Pato Bravo, corajosamente.
– Eu vou contigo.- respondeu a Lebre.
A Lebre e o Pato puseram-se a caminho, muito a medo, quando o barulho voltou a surgir. Chegaram ao lago e imediatamente perceberam de onde vinha o barulho.
O tontinho do Castor, batia e batia com as suas largas patas em cima de um grande tronco castanho. Era uma espécie de dança ruidosa.
– Olá, Castor. Que estás a fazer?
– Ah, olá amigos. Estou a ensaiar a minha dança da primavera.
– Dança da primavera?
– Sim, todos os anos, pela primavera, as famílias dos Castores fazem uma dança para dar as boas vindas à nossa estação preferida. E tenho muito que ensaiar porque, no ano passado, enganei-me e caí em cima do meu irmão. Ele ficou furioso e todos gozaram comigo.
E nesta altura, a vozita do castor tornou-se embargada de emoção.
O Pato e a Lebre perceberam que o Castor estava mesmo triste e disseram-lhe:
– Anda daí. Vamos-te ajudar, mas primeiro temos que avisar os animais da floresta que não precisam de estar assustados, pois o barulho vem de um castor dançarino.
– Peço desculpa se vos assustei. Não era minha intenção. – Respondeu o Castor.
Os três chegaram rapidamente à clareira onde se encontravam os restantes animais.
– Amiguinhos, o nosso mistério está resolvido! Era o castor que estava a treinar para a Dança da Primavera e precisa da nossa ajuda para ensaiar a coreografia. Abelhas, pardais, cucos preparem-se para chilrear. Abelhinhas, toca a zumbir. – E nós, podemos ajudar nos passos! – disseram os coelhinhos ansiosos por dar uns pulos.
– Vamos lá, força. – Incentivou o Pato.
E assim foi. Se fossemos à floresta, nesse dia, íamos ficar espantados com os preparos que lá se faziam. Todos os animais a dançar e cantar como se fosse uma bela festa.
E, claro, o Castor ensaiou tanto que se tornou o melhor dançarino da família e até foi convidado para fazer espetáculos para outras famílias.
Finalmente, era um verdadeiro Castor Dançarino.
Ana Silva, 2020. Lápis Mágico
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