Um dia, uma joaninha, quando voava pelo jardim, foi apanhada por um sapo.
Quando este se preparava para a comer ela gritou:
– Sr. Sapo, se me comer, morrerá também.
– Ah! Ah! Ah! – riu-se o sapo – Com que então morrerei se te comer?! Achas que sou parvo? Eu sei o que queres. Queres é salvar-te. Ou será que, debaixo das tuas asas, transportas uma bomba?
– Não é bomba, mas é como se fosse.
– Ah sim?! Fala lá então. Por que é que eu morrerei se te comer?
– É que comi uma alface envenenada e já só tenho 12h de vida. Se me comeres agora morrerás também.
O sapo ficou calado a olhar atentamente a joaninha. Esta, esperta como era, mostrava-se abatida, quase a desfalecer e com falta de ar. Vendo isto, o sapo hesitava. Valeria a pena comer a joaninha? Então decidiu deixá-la ir em paz.
Sentindo-se livre, a joaninha voou alegremente por cima do sapo deixando-o ressabiado.
Ana Filipa Silva, Lápis Mágico