Há muitos anos atrás havia um rei que vivia muito feliz com a sua jovem esposa, num castelo maravilhoso. Eram um casal adorado pelo povo e costumavam organizar longos passeios pelos prados.
Numa dessas ocasiões, o rei foi cavalgar pelos campos fora, acompanhado por um nobre da corte. Este era um rapaz moreno, bonito mas com um grande defeito. Era muito invejoso e intriguista.
Ora havia um outro jovem loiro de quem ele tinha ciúmes porque era valente, corajoso e de quem todos gostavam.
Por isso aproveitou o momento em que estava sozinho com o rei e disse-lhe que o outro estava apaixonado pela rainha.
O rei acreditou nele e não gostou nada do que ouviu pois considerava uma enorme falta de respeito.
Como viu ao longe um camponês, foi ter com ele e combinou que, no dia seguinte, um jovem o iria procurar e lhe ia dizer que lá estava para cumprir as ordens do seu senhor. Mal ele pronunciasse essas palavras o camponês devia chamar a filha, feia, gorda e gaga e realizar o casamento dos dois. Dizendo isto o monarca foi-se embora.
Naquele tempo um sacramento religioso não podia ser quebrado.
No dia seguinte, como tinha combinado, o rei mandou o jovem moreno que, sem desconfiar de nada, partiu de imediato a cumprir as ordens recebidas. O jovem ia feliz pelos campos fora quando avistou uma igreja e resolveu entrar e ali demorou um bom tempinho.
O outro rapaz invejoso, com pressa de ver o seu colega desaparecer da sua vida, galopou até à casa do camponês e nem se apercebeu que o outro não tinha ainda lá chegado.
Ora o lavrador ao ver um rapaz bem parecido, achou que lhe tinha saído a sorte grande. Abraçou-o com força, chamou o padre e a filha já vestida de noiva e com o rosto tapado com um véu e ali mesmo casaram.
O rapaz bem tentou fugir mas o sogro não permitiu. O outro jovem chegou pouco depois e foi ele o padrinho para grande desgosto do invejoso.
Conto tradicional