Lápis Mágico

Onde está a minha gata?

Ana adora a sua gatinha Flor, mas num domingo à noite, ao regressar a casa, a gatinha desaparece misteriosamente. A menina procura por toda a parte, desesperada, até que uma surpresa inesperada a faz sorrir novamente. Onde terá Flor passado a noite? Uma história cheia de ternura e mistério!

Onde está a minha gata? - uma história inédita do Lápis Mágico

Num domingo de manhã, a menina da nossa história acordou e espreguiçou-se. O miar da sua gatinha Flor acordou-a. Levantou-se de um salto e foi abrir a janela.

  • Miau! - ouviu-se por toda a casa.

  • Anda cá, minha fofinha- Disse a Ana afagando-lhe o pelo branco.

A gatinha começou imediatamente a ronronar e a dar cabeçadas. A sua dona era muito carinhosa e a Flor adorava-a.

  • Ana! Já acordaste? Essa gatinha nem te deixa dormir ao domingo.

  • Ó mãe, não me importo. Vou dar-lhe de comer. E a Ana vestiu o robe e desceu as escadas para alimentar a bichana.

Nem foi preciso chamar porque a gatinha foi atrás dela, muito satisfeita. Mais tarde, já de barriga bem cheia e com a menina vestida, a gatinha miava, pedindo colo como é costume.

  • Ana, não devias deixar a gata fazer tudo o que quer.

  • Só está no meu colo enquanto estou a ler. Adoro tê-la no meu colo.

  • Nem quero imaginar como vai ser no próximo fim de semana quando fores passar a noite a casa das tuas primas. A Flor vai miar de tristeza.

A Ana riu-se e foi brincar.

Como era domingo, iam almoçar a casa da avó e por isso algum tempo depois saíram de casa. A Ana adorava ir a casa da avó: ela fazia almoços deliciosos e havia sempre uma sobremesa, daquelas mais saudáveis e caseiras – dizia a avó- por isso podes comer à vontade. Mas havia outro motivo para a Ana gostar tanto dos domingos: é que as primas iam lá estar e podiam brincar toda a tarde.

Enquanto os pais, os avós e tios conversavam elas corriam, jogavam bola e faziam teatros engraçados para os adultos assistirem.

No fim do dia, lá se despedia das primas, meia tristonha por terem acabado a brincadeira e iam para casa.

Quando a Ana chega a casa por hábito a sua gatinha aparece a miar. É daquelas gatas que reconhecem os donos ao longe, como se de um cão de tratasse, mas nesse dia não apareceu. A menina chamou, mas nada.

  • Floooor! Anda cá. Onde está a minha gata?

  • Mãe, Pai, a Flor não aparece. Que estranho. – A Ana já estava preocupada.

  • Tem calma, filha. Deve estar a apanhar sol no telhado.

A menina correu pela casa a chamar pela sua gata. Procurou no jardim, espreitou nas janela e no telhada mas não há via sinal da gata.

A Ana já tinha as lágrimas nos olhos pois passaram-se horas e não a via. Nessa noite dormiu mal e sentia-se muito triste. Nem queria acreditar que não sabia da sua Flor.

Na segunda feira de manhã, já preparada para ir para a escola e quase a sair de casa, ouviu a voz do pai.

  • Ana, anda cá ver uma coisa.

A menina correu estranhando a voz do pai.

Olhou para onde apontava o dedo do pai e viu a sua gatinha mimada a dormir dentro do carro, muito sossegadinha em cima do seu casaco.

  • Flor, não acredito. Sua marota, ficaste no carro do pai toda a noite. A menina tinha um sorriso gigante quando pegou na sua gata que ronronou logo de prazer.

  • Miaaau!

A mãe que veio espreitar disse logo: Não sei como isto aconteceu, mas devo ter deixado a janela meia aberta e a gata entrou. Como ontem fomos na carrinha, não nos apercebemos.

Os três riram aliviados. Aquela gata era um membro da família e estavam todos preocupados. E assim, a Ana foi para a escola animada e feliz.

Ana Filipa Silva, 2020, Lápis Mágico


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