No Verão passado, Joana arranjou um emprego numa loja de roupa. Dona Lurdes, a dona, era boa pessoa mas não tinha muita paciência.
Um dia estavam ambas a fazer a montra. Joana tinha nos braços um monte de roupa e a proprietária começou a vestir os manequins. Com voz autoritária ia pedindo as peças de roupa à Joana.
– Blusa verde! – exigia ela.
Joana entregava a peça pedida.
– Casaco! –Mais uma peça era entregue.
– Saia!
Ao ouvir aquele grito, Joana largou tudo no chão e saiu a correr.
– Aonde vai? Não tinha a saia na mão?
– Saia?! Ah sim! A saia. É que… sabe…é que…
– Desembuche. Não tem a saia? – gritou Dona Lurdes.
– Tenho sim. É que eu pensei que me tinha mandado sair.- gaguejou a rapariga.
Nesse momento a senhora compreendeu a confusão e largou uma gargalhada sonora.
A partir daí procurou ser mais calma e deram-se muito bem.
Ana Ferreira, Lápis Mágico