Lápis Mágico

Lenda de Egas Moniz

Egas Moniz IV de Riba Douro, conhecido como O Aio foi um rico-homem portucalense, da linhagem dos Riba Douro, uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho condal do século XII.

Lenda de Egas Moniz, O Aio

A batalha de Valdevez entre os exércitos de D. Afonso Henriques e Afonso VII de Castela não teve um resultado decisivo para nenhuma das hostes envolvidas.

D. Afonso Henriques retirou-se para Guimarães com o seu aio Egas Moniz e com os outros chefes das cinco famílias mais importantes do Condado Portucalense, interessadas na independência.

O monarca castelhano pôs cerco ao castelo de Guimarães mas o futuro rei de Portugal preferia morrer a render-se ao primo. Egas Moniz, fundamentado na autoridade que a posição e a idade lhe conferiam, decidiu negociar a paz com Afonso VII a troco da vassalagem de D. Afonso Henriques e dos nobres que o apoiavam.

O rei castelhano aceitou a palavra de Egas Moniz de que D. Afonso Henriques cumpriria o voto de vassalagem. Mas um ano depois, D. Afonso Henriques quebrou o prometido e resolveu invadir a Galiza, dando origem a um dos momentos mais heróicos da nossa história.

Vestidos de condenados, Egas Moniz apresentou-se com toda a sua família na côrte de D. Afonso VII, em Castela, pondo nas mãos do rei as suas vidas como penhor da promessa quebrada. O rei castelhano, diante da coragem e humildade de Egas Moniz, decidiu perdoar-lhe e presenteou-o com favores.

Este ato heróico impressionou também D. Afonso Henriques, que concedeu ao seu velho aio extensos domínios. Pensa-se que esta terá sido uma estratégia inteligente por parte de Egas Moniz para que o primeiro rei de Portugal pudesse ganhar tempo.

Ao entregar-se, Egas Moniz ressalvava a sua honra e também a de Afonso Henriques, assegurando através da sua astúcia a futura independência de Portugal.


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