D. Mafalda, filha preferida de D. Sancho I e irmã favorita de D. Afonso II, era uma jovem e bela princesa. Cedo foi escolhida para mulher de D. Henrique, herdeiro do trono de Castela, que tinha apenas doze anos quando se tornou rei.
Contrariada com o casamento do filho, D. Berengária, a mãe de D. Henrique, invocou ao Papa a consanguinidade dos jovens e o divórcio teve lugar ainda antes da súbita morte do rei, aos 14 anos. D. Mafalda regressou a Portugal virgem, e assim se manteve até ao fim da sua vida, passando desde então a ser tratada por “rainha”.
D. Mafalda viveu os últimos anos da sua vida no Mosteiro de Arouca, onde recebeu o hábito de monja, mas quis o destino que morresse em Rio Tinto, aos 90 anos, durante uma cobrança de foros e rendas. Os habitantes de Rio Tinto quiseram portanto que ela lá fosse sepultada, mas os de Arouca discordavam pois D. Mafalda tinha passado grande parte da vida no Mosteiro de Arouca.
Foi então que alguém se lembrou que D. Mafalda costumava viajar de mula e sugeriu pôr-se o caixão em cima da mula. Para onde ela se dirigisse seria o local da sepultura da “rainha”. Assim fizeram, a mula dirigiu-se para o Mosteiro de Arouca e morreu.
O sepulcro de D. Mafalda foi por duas vezes aberto no século XVII e tanto o seu corpo como as suas vestes estavam incorruptos. Em 1793, o Papa Pio VI confirmou-lhe o culto com o título de beata.