Os corajosos irmãos , D. Tedo e D. Rausendo (diz-se que eram descendentes de Ramiro II de Leão), já há muito tempo tentavam tomar o castelo de Paredes da Beira que estava na posse do emir mouro de Lamego, sem qualquer sucesso. Mas um dia, esgotados todos os outros recursos, D. Tedo e D. Rausendo decidiram usar a astúcia para conseguirem apoderar-se da fortaleza.
Numa manhã do dia de S. João em que os mouros saíam habitualmente do castelo para se banharem nas águas do Távora, os dois irmãos e o seu exército disfarçados de mouros prepararam uma emboscada e entraram no castelo, matando a maior parte mouros que lá tinham ficado.
Avisados por alguns mouros que tinham conseguido fugir do assalto, os mouros que festejavam no rio prepararam-se para voltar ao castelo quando foram atacados no rio por D. Tedo e os seus guerreiros que os dizimaram a todos.
O vale do rio onde se travou a sangrenta luta ficou a ser chamado por Vale D’Amil em lembrança dos mouros que tinham sido mortos aos mil.
A lenda diz que os dois irmãos tomaram a partir da batalha o apelido de Távora, em memória do rio onde se tinha desenrolado a vitória, e adoptaram nas suas armas um golfinho sobre as ondas simbolizando D. Tedo que com o seu cavalo tinha vencido os Mouros nas águas do rio.