Os Romanos acreditavam que entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos havia uma fronteira. Essa fronteira era o rio Lethes, também chamado rio do esquecimento porque as suas águas tinham como efeito apagar a memória, fazer esquecer tudo o que acontecera em vida.
As almas dos mortos reuniam-se à beira do rio, aguardando a sua vez de beber um gole de água, e só depois entravam na barca que as levaria à outra margem.
No ano de 136 a.C. um exército romano comandado por Décios Junos Brutos fez muitas conquistas no território que veio a ser Portugal.
Os soldados atravessaram o Tejo perto da ilha de Almourol, depois atravessaram o Zêzere, o Mondego, o Vouga, o Douro sem problema nenhum. Mas por qualquer motivo que se desconhece, quando se aproximaram da margem do rio Lima ficaram aterrorizados e recusaram-se terminantemente a sulcar aquelas águas, porque se convenceram de que aquele era o tal rio Lethes, o rio do esquecimento que conduzia ao mundo dos mortos!
Brutos, não conseguia convencê-los do contrário, então para dar o exemplo, atravessou para o lado de lá, levando consigo apenas o estandarte com as águias, que era o símbolo do Império Romano.
Chegando à outra margem, pôde acenar e gritar que estava vivo e não se tinha esquecido de nada…
Só então os soldados resolveram segui-lo…