Num dia de inverno, muito escuro e frio andava uma raposa no monte à procura de abrigo. A sua toca tinha sido destruída pela tempestade e estava sozinha, longe da matilha por causa dos caçadores.
Sentia-se cansada e só queria dormir um pouco num sítio quente e seguro.
Correu pelo monte até ver uma gruta e entrou.
– Quem está aí? – perguntou uma voz fininha.
– Sou a raposa Aurora. Quem fala comigo? Aparece!
– Huuum, uma raposa? Ainda me comes!
– Que disparate, não tenho fome. Tenho sono e estou cansada. Posso dormir aqui?
– Podes. Fica aí nesse cantinho que eu fico no meu.
A voz fininha tremia de medo. Era um esquilo que também tinha parado na gruta para se abrigar da tempestade.
– não me vais dizer o teu nome? – perguntou a raposa.
– Sou o esquilo Ricardo. E também tenho sono. Podemos dormir descansados?
– Claro que sim. Se quiseres podes vir para a minha beira. Ficamos mais quentinhos. E não te preocupes que eu não como esquilos.
A raposa Aurora e o esquilo Ricardo dormiram juntinhos e tornaram-se amigos.
Ana Ferreira, Lápis Mágico
Leia a fábula de La Fontaine “A raposa e o Esquilo”